A Pedra da Gávea é uma rocha de granito com 844 metros de altitude e é o maior bloco de pedra à beira-mar do mundo. Está localizada no maciço da Tijuca, entre a Barra da Tijuca e São Conrado. A trilha da Pedra da Gávea é uma das mais procuradas do Rio de Janeiro, pois possui uma localização privilegiada e uma vista espetacular do litoral e montanhas da cidade. Do topo, é possível avistar bairros da Zona Oeste e Zona Sul, do Recreio dos Bandeirantes a Baia de Guanabara e até mesmo a Serra dos Órgãos e o Dedo de Deus, em dias com boa visibilidade.

A trilha da Pedra da Gávea é perigosa?

Infelizmente, o número de acidentes é muito alto. Pessoas despreparadas tentam subir a montanha achando que é uma atividade simples. Essa é a trilha com maior nível de dificuldade da cidade, demanda grande esforço físico e apresenta momentos de exposição à altura, incluindo um temido trecho de escalada conhecido como Carrasqueira. Há também casos de excursionistas perdidos, por caminharem ao anoitecer sem conhecer a trilha.

História da Pedra da Gávea

A montanha recebeu esse nome dos navegantes portugueses, devido ao formato do cume semelhante ao cesto de observação do mastro das embarcações, chamado gávea.

É um local místico, cheio de lendas e histórias. Nos anos 50, um grupo de pesquisadores brasileiros encontrou marcas na rocha que foram interpretadas como inscrições fenícias. Segundo a tradução proposta, o registro significa “Aqui Badezir, rei de Tiro, filho mais velho de Jetbaal”. A teoria diz que os fenícios teriam escolhido a montanha como local sagrado, onde o seu rei Badezir teria sido enterrado.

No topo da Pedra da Gávea há um bloco de pedra com o formato de um rosto humano, chamado de Cabeça do Imperador. Alguns acreditam que o rosto também foi esculpido por fenícios. No entanto, a erosão é a explicação mais razoável para essas marcas.

Além disso, algumas pessoas afirmam que a Pedra da Gávea é um portal para outras dimensões, entrada para cidades subterrâneas e local de visita de discos voadores.

Cabeça do Imperador, Pedra da Gávea, Rio de Janeiro
Cabeça do Imperador

Trilha da Pedra da Gávea via Carrasqueira

A trilha da Pedra da Gávea inicia dentro de um condomínio na Estrada do Sorimã, no local conhecido como Barrinha, sub-bairro da Barra da Tijuca. Após a entrada do condomínio, é possível subir de carro até o final, porém a sinalização indica que é proibido estacionar no local e dependendo do dia e horário pode ser bem difícil encontrar uma vaga.

A estrada termina na guarita de controle do Parque Nacional da Tijuca, onde começa a trilha principal para o pico, a apenas 70 metros de altura em relação ao nível do mar. Os guardas do parque controlam o acesso e todos os visitantes devem se identificar deixando nome e telefone. O horário oficial de funcionamento é de 8h às 17h, mas muitas pessoas retornam após o horário limite e outras até ingressam à noite, para ver o nascer do sol no cume.

Inicialmente, passamos por um trecho de pedras que dizem ter sido construído por escravos. Aos poucos, a trilha vai se tornando mais estreita e normalmente caminhamos em “fila indiana”. Pedras e raízes expostas fazem parte do caminho, formando pontos de agarra quando subimos por uma espécie de escadaria que exige o uso das mãos. Em duas ocasiões, temos que passar por uma parede de pedra lisa que possui grampos de metal formando degraus e uma corrente de ferro, auxiliando bastante a subida.

A maior parte do trajeto transcorre por dentro da mata, com a copa das árvores encobrindo o sol. Um pequeno alívio para os dias de sol forte. Em determinado momento, mais próximo ao topo, podemos ver facilmente a cabeça do imperador.

Após cerca de 2 horas de caminhada, chega-se à Praça da Bandeira, a 600 metros de altitude. A Praça é uma clareira ampla e ponto de encontro de duas outras trilhas, uma que vem da Estrada das Canoas em São Conrado e outra que liga a Pedra Bonita à Pedra da Gávea. O caminho a partir desse ponto é bastante exposto ao sol. Em poucos minutos, chega-se à famosa e temida Carrasqueira.

Carrasqueira

A maior dificuldade do trajeto é esse paredão de pedra com 30 metros de altura e inclinação de 65º. Muitos utilizam o termo “escalaminhada” para definir a sua subida, mas ela pode ser considerada uma escalada grau 1. A sua ascensão demanda auxílio dos pés e das mãos e a maioria das pessoas que sobem não utilizam equipamento de segurança.

Apesar de parecer fácil para alguns, não deve ser subestimada. Só chegando lá você saberá se vai sentir confiança para subir. A vista da Barra da Tijuca faz parecer que você está à beira de um precipício e, de fato, está. A sensação de vertigem acomete muita gente. Não são poucos os que desistem do cume nesse momento. Outros tentam subir e simplesmente travam durante o percurso, complicando ainda mais a situação. Normalmente nesses casos, alguém com mais experiência e paciência consegue ajudar.

Obs.: recomendamos que você esteja acompanhado de um guia ou alguém com conhecimento em escalada e utilize equipamentos adequados. De todas as trilhas que fizemos no Rio de Janeiro, a da Pedra da Gávea foi a única que contratamos guia.

Nesse ponto é comum ocorrer um congestionamento, podendo demorar 1 hora para conseguir passar a Carrasqueira. Vencido o obstáculo, o cume encontra-se a cerca de 30 minutos. A trilha segue bem estreita, com vários trechos de exposição à altura.

Existe um caminho alternativo que não passa pela Carrasqueira. Apesar de também não ser fácil, ele está sendo cada vez mais utilizado e passa por uma atração chamada Garganta do Céu, via Pico dos Quatro.

A Cabeça do Imperador

Ao chegar ao cume da Pedra da Gávea, muitos só conhecem o platô com vista para a Zona Sul, mas há outros pontos interessantes. O lado do cume oposto ao mar é conhecido como Cabeça do Imperador. Para chegar lá, é preciso descer por uma rocha com o auxílio de uma corrente de ferro e seguir para o outro lado.

Há duas formações interessantes nesse local. Uma delas é uma formação rochosa chamada Pedra do Raio, onde algumas pessoas tiram fotos pendurando-se na beira, a cerca de 6 metros de altura. A outra é a cadeirinha, virada para a Floresta da Tijuca. A cadeirinha é um pequeno degrau abaixo do topo, à beira do precipício, onde os mais corajosos sentam para fotos. Aqui, você pode ficar com os pés balançando no abismo. Só de chegar perto, já dá vertigem!

Descida

O trajeto de regresso é mais cansativo do que se imagina, pois forçamos muito os joelhos. Uma alternativa interessante para descer a Carrasqueira é fazer rapel na sua parte lateral, porção lisa do paredão. Quem enfrenta o obstáculo sem equipamento normalmente desce de costas para não ver o cenário vertiginoso à frente.

O que levar e usar

  • Tênis de caminhada
  • Mochila pequena
  • 2 litros de água e/ou isotônico
  • Lanche: sanduíche, biscoito, frutas, barras de cereais, etc.
  • Boné ou chapéu
  • Óculos de sol
  • Protetor solar e repelente
  • Capa de chuva ou agasalho
  • Documentação e medicamentos (antialérgico)

Obs.: não jogue lixo na natureza! Leve sempre um saco de lixo com você.

Ficha do Passeio

  • Percurso total: 5km
  • Duração total: 7 horas
  • Altitude Máxima: 844m
  • Altitude Inicial: 70m
  • Nível: Difícil
  • Endereço de Acesso: Estrada do Sorimã, Barra da Tijuca

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