O Vale do Pati é considerado o melhor destino de trekking do Brasil. Em 2010, ganhou o prêmio de melhor roteiro do país pelo Ministério do Turismo. O Vale também é mencionado como um dos principais circuitos de trekking do mundo!

Vale do Pati, um lugar para se apaixonar

O Vale do Pati é mesmo um lugar mágico. A paisagem impressiona com suas montanhas, florestas e cachoeiras. A região é uma das poucas que não foi explorada na época do garimpo na Chapda Diamantina. No início do século XX, o vale chegou a ter mais de dois mil moradores, tudo devido ao fortalecimento da cultura do café. Mas o café também foi o motivo de sua decadência. As famílias começaram a abandonar a região após o declínio da plantação e, com o tempo, o Pati foi recuperando sua vegetação original.

Atualmente, o Pati tem menos de 50 moradores e conta com 9 locais para hospedagens: Igrejinha, Sr. Wilson, Agnaldo, Dona Léa, André (Alto do Luar), Dona Raquel, Jaílson (Prefeitura), Eduardo e Jóia.

Pedra do cavalo no Cachoeirão, Vale do Pati

Os nativos do Vale do Pati

Além das atrações e caminhadas, o convívio com os nativos do Vale do Pati é uma experiência única. Os nativos são pessoas extremamente receptivas que adaptaram suas casas para receber os caminhantes, normalmente oferecendo o serviço de pensão com hospedagem e alimentação. A estrutura é simples, normalmente com banho frio, sem internet ou telefone, mas são detalhes que só vão enriquecer sua experiência no vale.

Sem estradas para chegar no vale, os nativos recorrem às mulas para levar todos os seus mantimentos. Tudo o que chega no Pati é carregado no lombo dos animais, que são muito bem tratados pelos moradores.

Recomendamos em especial o André (Alto do Luar), filho da Dona Raquel, um grande amigo que fizemos na Chapada. O André oferece acomodação nos quartos que ele construiu no seu terreno ou no espaço para acampar no seu quintal. André gosta de uma “prosa”, como ele mesmo diz e tem sempre uma história para contar.

Como chegar

O Vale do Pati está localizado no coração do Parque Nacional da Chapada Diamantina, enquanto as demais cidades ficam no entorno da área parque. O  acesso mais fácil é por Guiné, mas são 5 lugares com trilha de acesso para o Pati.

  • Vale do Capão
  • Guiné
  • Andaraí
  • Mucugê
  • Igatu

*Os dois últimos são recomendados para trilheiros com experiência.

Circuito de Trekking no Vale do Pati

São várias as possibilidades de roteiro no Pati. O circuito tradicional possui cerca de 80km, começando no Vale do Capão e terminando em Andaraí. Mas você pode chegar por qualquer um dos acessos listados acima e escolher a melhor saída para facilitar a sua logística. Normalmente os circuitos de trekking no Pati duram 2 a 6 dias.

O Vale do Capão é normalmente a porta de entrada desse trekking por ser o único acesso ao norte do Pati e pela proximidade com Lençóis. Guiné fica a oeste e também é uma boa opção, mas é um local mais isolado. Apesar de contar com uma trilha mais fácil para o Pati, só é possível chegar em Guiné de carro ou moto.

Andaraí é normalmente a melhor opção de saída por ser a única cidade que conta com transporte direto para Lençois e Salvador, além de ser a porta de entrada para a charmosa Vila de Igatu.

É obrigatório guia?

Não é obrigatório o acompanhamento de guia para fazer esse trekking. Nós fizemos por conta própria, mas temos experiência em trilhas, equipamentos adequados e estudamos o roteiro previamente. Se você não tem experiência, bons equipamentos ou não tem muito tempo para planejar, recomendamos o acompanhamento de um guia. Sem dúvida, um guia local pode enriquecer muito sua experiência. Em especial, indicamos o querido LP (@lpsilva_igatu), nativo de Igatu que também faz trilhas no Pati.

O que fazer no Vale do Pati

Morro do Castelo: Originalmente chamado de Morro das Cabras, pois os nativos do Pati deixavam as cabras soltas no topo do morro. O Morro do Castelo é um lugar extraordinário e do topo podemos avistar boa parte do Pati. No topo existe uma caverna enorme com duas galerias diferentes que levam aos mirantes.

Cachoeirão: é quarta maior cachoeira do Brasil e o local mais famoso do Vale. É possível chegar tanto na parte alta como na parte baixa da cachoeira. Na época da cheia, o cachoeirão pode ficar com até 14 quedas d’água, um cenário belíssimo. Você pode subir para o Cachoeirão pela trilha tradicional e descer pela Trilha da Fenda, uma das mais desafiadoras do Pati com uma vista única para o Morro do Castelo. Mas atenção, pois a trilha é pouco demarcada.

Cachoeira do Funil: é a atração mais próxima às casas do vale. Tem uma queda d’água de aproximadamente 30 metros e um belo poço para banho.

Vale do Calixto: uma das regiões mais preservadas do Vale do Pati. Poucas pessoas vão até lá, então as cachoeiras são praticamente particulares! Se tiver com tempo não deixe de conhecer o Vale do Calixto.

Checklist de equipamentos

– Mochila de 30-40l (com capa de chuva)
– Mochila de ataque pequena para trilhas de bate e volta
– Bota de trekking, roupas leves e boné
– Capa de chuva
– Lanterna (importante para subir o Morro do Castelo)
– Canivete
– Alimentos para camping, caso queira economizar um pouco nas refeições
– Reservatório ou garrafa de água
– Itens de higiene
– Sacolas para levar o lixo de volta

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Com uma mochila nas costas, compartilhamos as belezas e os perrengues do caminho. Juntos desde 2004, descobrimos a paixão pelo mundo outdoor e percorremos grandes circuitos de trekking em diferentes continentes, muitas vezes acampando em lugares remotos e inspiradores. Algumas das maiores aventuras dos últimos anos foram nas trilhas da Patagônia, dos Balcãs ou na Turquia, onde caminhamos 430km em meio a ruínas, montanhas e praias paradisíacas ao longo da Via Lícia. Mostramos também que é possível viajar o mundo com pouco, mesmo em lugares considerados de luxo como Dubai, Paris e Nova York.

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