Uma das plataformas mais revolucionárias para quem procura fazer uma viagem barata é o couchsurfing. Mas afinal o que é o couchsurfing e como funciona esse serviço? Nesse post vamos explicar tudo e contar nossas experiências com essa ferramenta de hospedagem grátis.

O que é o Couchsurfing?

O Couchsurfing – ou surfe de sofá – é uma plataforma onde pessoas abrem suas casas para hospedar viajantes sem receber nada em troca. Não há troca de dinheiro como no Airbnb por exemplo, mas a troca cultural e a possibilidade de aprendizado e de fazer novos amigos não tem preço. Você pode viajar se hospedando pelo couchsurfing e também pode ser um anfitrião, recebendo viajantes na sua casa. Se você tem um espaço na sua casa, um sofá que seja, porque não disponibilizar para algum viajante? 

Por isso o Couchsurfing é muito mais que um serviço de hospedagem gratuita, é uma forma de reunir viajantes que querem conhecer outros viajantes. O lema do couchsurfing é “você tem amigos no mundo todo, só ainda não os conheceu” e é exatamente o que percebemos com as nossas experiências.

A possibilidade de fazer novos amigos, conhecer pessoas diferentes, muitas vezes de outras nacionalidades e fazer uma troca cultural, aprendendo sobre a língua, religião, culinária, música, vestimenta e relações daquele lugar é o grande diferencial dessa plataforma. E quando você se hospeda com moradores locais, geralmente eles têm excelentes dicas de lugares pouco conhecidos por turistas e podem te indicar alguns passeios diferentes na cidade.

Como funciona

Você deve fazer um cadastro na plataforma utilizando o site ou aplicativo. É legal descrever bem o seu perfil, colocar fotos, contar a sua história, seus hobbies, estilo, músicas que gosta, países que visitou, línguas que fala, etc. Assim os anfitriões vão decidir se vão hospedá-lo.

O cadastro é o mesmo para hospedar ou ser hospedado. Depois de criar o perfil você pode dizer se está disponível para receber viajantes ou não. Os viajantes procuram anfitriões de acordo com as cidades que vão visitar e podem enviar mensagens pedindo para o anfitrião hospedá-lo. O anfitrião pode aceitar ou não de acordo com a sua disponibilidade.

Geralmente os anfitriões indicam no seu perfil como é a casa, se o viajante vai ter um quarto privado, compartilhado ou se vai dormir em um espaço compartilhado como na sala. Alguns podem indicar alguma regra da casa, se você deve sair junto com ele no horário de trabalho, por exemplo.

O ideal é receber pessoas antes de pedir para ser hospedado. Assim você já tem avaliações e vê na prática como é hospedar um desconhecido.

Hangouts e Eventos

Além da função de hospedagem, o couchsurfing também possui o Hangouts e os Eventos. Essas práticas também são interessantes caso você não se sinta seguro de se hospedar com um desconhecido.

  • Hangouts: é uma funcionalidade do aplicativo e nela você pode ver quem está próximo. Se se identificar com a pessoa, pode combinar de fazer alguma coisa pela cidade, algum passeio ou trocar uma ideia.
  • Eventos: são encontros programados pela plataforma. Alguns eventos ocorrem com uma certa frequência, outros são eventos únicos ou esporádicos. Um evento pode ser um encontro em algum bar para beber, um bate papo em determinada língua, uma prática de yoga, uma trilha, uma viagem de carro, etc. Essa função é bem semelhante ao aplicativo Meetup, mas esse normalmente tem grupos de interesse, diferente do Couchsurfing onde você pesquisa pela cidade.

O couchsurfing é seguro?

No geral consideramos uma plataforma bastante segura, mas você vai se hospedar com uma pessoa desconhecida. Sabemos que isso pode gerar medo e desconfiança e é difícil quebrar essa barreira. Por isso você precisa tomar alguns cuidados para evitar uma experiência negativa.

Recomendamos que leia atentamente o perfil da pessoa antes de mandar mensagem, nunca faça um pedido de hospedagem às pressas, só para conseguir um lugar pra ficar. Veja as referências e os interesses em comum. Já ouvimos histórias de mulheres que sofreram assédio e passaram por muita dificuldade. Se você é mulher e está viajando sozinha, evite se hospedar com homens que só recebem mulheres ou com poucas referências. Pode acontecer de uma mulher ter tido uma experiência ruim e ter ficado com medo de fazer uma avaliação negativa daquela pessoa. Se você ficar com alguma suspeita, tente mandar mensagem para as pessoas que se hospedaram com aquele anfitrião e perguntar sobre a experiência, assim você pode ter uma avaliação bem sincera.

O Couchsurfing é pago?

O couchsurfing começou como uma plataforma gratuita, no entanto há alguns anos isso começou a mudar. Eles limitaram o número de mensagens que uma pessoa poderia enviar para no máximo 10 anfitriões por semana e criou a verificação. Para ser um membro verificado e poder mandar mensagens sem limite, você tem que pagar uma taxa de cerca de R$20 com acesso vitalício ou hospedar viajantes, ganhando alguns meses de verificação. Ser um mebro verificado também aumenta a segurança, pois a plataforma pode conferir dados como telefone e email e você ganha um selo de que foi verificado.

Desde 2020 o Couchsurfing passou a exigir uma contribuição mensal de R$6 ou R$45 por ano. Todos os membros devem pagar, tanto viajantes quanto os anfitriões. Acreditamos que isso vai reduzir o número de pessoas ativas na plataforma, principalmente de anfitriões.

O Couchsurfing é seguro?
Cristian nos levou para passear em Ushuaia
Couchsurfing o que é
Nossa anfitriã na Índia
Fazendo amigos pelo couchsurfing
Conhecendo a família do Omar na Jordânia

Nossa experiência

Usamos o Couchsurfing desde 2016 e já hospedamos e fomos hospedados pela plataforma. Praticamente todas as nossas experiências foram muito positivas e fizemos grandes amigos pelo mundo. Mantemos contato com muitas pessoas que conhecemos pela plataforma e podemos dizer que temos uma casa em vários lugares. Já dormimos em sofás, em colchões no chão da sala, no nosso isolante de camping. Já dividimos quarto com outros hóspedes, mas também já tivemos um quarto inteiro com banheiro só pra gente. Viajando como casal, percebemos que pode ser um pouco mais difícil de conseguir ser hospedado. Algumas pessoas já colocam na descrição do perfil que não aceitam casais.

Hospedamos três viajantes quando ainda tínhamos uma casa e já fomos hospedados muitas vezes pelo mundo. Desde Ushuaia na Argentina, até Mumbai na Índia, conhecendo pessoas incríveis. Só uma vez em Roma tivemos uma experiência um pouco estranha. Nosso host primeiro negou nosso pedido, depois disse que se confundiu e que podia nos receber. Achamos a casa bem diferente da descrição, era um espaço muito pequeno e meio pesado. Ele também tinha um comportamento um pouco estranho e não nos sentimos muito à vontade. Tinha um cartaz na parede escrito: “turistas são terroristas”, o que achamos bem intimidador.

Essa foi a única vez que pensamos em sair e procurar outro lugar pra ficar. No final saímos para comer e decidimos passar o máximo de tempo possível fora. Mais tarde acabamos nos encontrando com o host mais um amigo e sentamos em um bar para conversar. Ficamos um pouco mais tranquilos e conseguimos ter uma noite agradável, apesar de tudo. Tínhamos solicitado só uma noite e no dia seguinte seguimos viagem. Ele é um cara bacana, mas simplesmente não fluiu muito bem, talvez pelos nossas interesses serem muito diferentes.

Todas as outras experiências foram especiais! Nosso primeiro anfitrião foi em Ushuaia e conhecemos toda a família, brincamos com as crianças e o cunhado dele, o Cristian, ainda tirou um dia para nos levar de carro para alguns pontos bem diferentes da cidade. Em Siena nos hospedamos com a Paola e seus dois filhos e acabamos voltando no verão para cuidar das crianças durante as férias.

O Lorenzo em Genova deixou a chave de casa em um esconderijo para que pudéssemos encontrar enquanto ele estava trabalhando. Quando viajamos para a Jordânia, o Lorenzo nos colocou em contato com um amigo dele no país. O Omar nos levou para conhecer Aqaba, fizemos snorkel juntos no Mar Vermelho e ainda tivemos a oportunidade de jantar com a família dele que mora na capital. No Omã fomos recebidos pela Jéssica que nos levou para fazer umas trilhas de jipe e para acampar com amigos locais e estrangeiros. Em Mumbai, a Akanksha nos levou para ver um filme de Bollywood no cinema e nos ajudou com a tradução pois o filme era em Hindi e não tinha legenda.

Esses foram alguns dos momentos que compartilhamos com essas pessoas queridas. Para nós, o Couchsurfing é uma forma muito enriquecedora de viajar o mundo.

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Com uma mochila nas costas, compartilhamos as belezas e os perrengues do caminho. Juntos desde 2004, descobrimos a paixão pelo mundo outdoor e percorremos grandes circuitos de trekking em diferentes continentes, muitas vezes acampando em lugares remotos e inspiradores. Algumas das maiores aventuras dos últimos anos foram nas trilhas da Patagônia, dos Balcãs ou na Turquia, onde caminhamos 430km em meio a ruínas, montanhas e praias paradisíacas ao longo da Via Lícia. Mostramos também que é possível viajar o mundo com pouco, mesmo em lugares considerados de luxo como Dubai, Paris e Nova York.

3 COMENTÁRIOS

  1. SOU GREGO,30 ANOS NO BRASIL. ENQUANTO MUITO JOVEM VIAJEI PELO MUNDO, POIS TERMINA O DINHEIRO E FIQUEI NO BRASIL, desde 1989, TRABALHANDO COMO FOTOGRAFO. ESTOU PENSANDO COMEÇAR VIAJANDO DE NOVO DA FORMA QUE VOCÊS ESTÃO ENSINANDO. FANTÁSTICO.
    Não sei cozinhar bem, mas sou profissional nas fotos, escrevo livros, muito bom na internet, professor de ski aquático, falando francês, inglês, grego. Com certeza posso ajudar nas refeições, mas por estante não POSSO PAGAR ESTADIA. Como é pra pagar a anualidade? obrigado

    • Oi Stelio. Você paga uma anuidade bem pequena para usar o aplicativo. Não me lembro agora, mas era algo em torno de R$10 por ano então continua compensando demais. Abraço, Lico e Lari

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